
12 / Setembro / 2005
As coincidências acontecem. E às vezes trazem sorrisos. O António, um amigo espanhol, por acaso estava de férias em Marrocos, por acaso chegou a Fez na mesma noite que nós e por acaso ficou hospedado num hotel perto do nosso… em menos de nada um telefonema junta-nos alegremente para descobrirmos, ao acaso, a vida daquela cidade. O António chegou acompanhado do Yossef, um miúdo de 14 anos que falava fluentemente espanhol, inglês, francês, árabe, italiano e japonês e que nos guiou pela cidade.
Fez é a cidade com a maior panóplia de cheiros onde já estive. Cheiros bons e muito maus. A medina é labiríntica e francamente interessante; as ruelas muito estreitas, os véus que escondem as mulheres, o pão que se vende num carrinho ambulante, os muitos burros que transportam toda a espécie de carga, o barulho ritmado dos artesãos que trabalham o bronze, o tingir das peles, o cheiro nauseabundo das fábricas de curtumes, as especiarias e os perfumes que se espalham no ar, as relíquias arquitectónicas que se escondem entre casas em aparentes ruínas, os tapetes que temos forçosamente que ver e rever, a tentativa de aprender algumas palavras em árabe com o Yossef, a comida num restaurante simpático, a conversa com um amigo de quem se tem saudades, as crianças sozinhas nas ruas, a cerâmica pintada feita arte, o trabalho minucioso de talhar azulejo, as boas fotografias que saltam ao olhar… e saborear cada instante amontoando o sentir. Na hora da partida o carro precisa de ajuda… ficou sem bateria!
Fez é a cidade com a maior panóplia de cheiros onde já estive. Cheiros bons e muito maus. A medina é labiríntica e francamente interessante; as ruelas muito estreitas, os véus que escondem as mulheres, o pão que se vende num carrinho ambulante, os muitos burros que transportam toda a espécie de carga, o barulho ritmado dos artesãos que trabalham o bronze, o tingir das peles, o cheiro nauseabundo das fábricas de curtumes, as especiarias e os perfumes que se espalham no ar, as relíquias arquitectónicas que se escondem entre casas em aparentes ruínas, os tapetes que temos forçosamente que ver e rever, a tentativa de aprender algumas palavras em árabe com o Yossef, a comida num restaurante simpático, a conversa com um amigo de quem se tem saudades, as crianças sozinhas nas ruas, a cerâmica pintada feita arte, o trabalho minucioso de talhar azulejo, as boas fotografias que saltam ao olhar… e saborear cada instante amontoando o sentir. Na hora da partida o carro precisa de ajuda… ficou sem bateria!
Saímos na direcção do deserto. Yossef tem um tio que é guia no deserto e entusiasma-nos dizendo que o deserto é o que de mais bonito existe em Marrocos. Idriss Alaoui, o tio de Yossef, telefona-nos em seguida. Recomenda-nos um hotel onde ficar e combinamos um novo telefonema para o dia seguinte. A paisagem é deslumbrante! O sol adormece e ao nosso lado estende-se uma ampla superfície ária, de uma bonita tonalidade ocre por debaixo do Médio Atlas. Percorremos vários quilómetros numa estrada perfeitamente recta sem vislumbrarmos vivalma. Os animais pastam por entre cascalho aparentemente nu, sem qualquer vegetação. Brincamos alegremente com a suposição de alguma avaria automóvel e as suas consequências quais capuchinhos vermelhos que levam os doces à avozinha. As cores da terra marroquina impressionam pela sua beleza e variedade levando-nos num repente de uma terra de cor ocre para outra laranja ou mesmo arroxeada. E é também num repente que, no meio de uma extensão ária e desértica, nos deparamos com uma corrente de água que atravessa a estrada e pela qual temos de passar. Ainda quando perguntávamos o que seria tal fenómeno o carro começa a soluçar, dando mostras de querer parar ali mesmo, no meio do nada. O sintoma passou mas o nosso susto foi descomunal. O bonito e confortável hotel esperava por nós, o Kasba Asmaa em Midelt. E o sono veio.
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